sexta-feira, 23 de abril de 2021

BRIGHT FRIDAYS

 Alegria Sincera


Na passada sexta-feira a instrutora Marta Campos proporcionou a todos os presentes mais um brilhante tema, a alegria sincera.

Alegria sincera é uma das 8 características principais do SwáSthya Yôga, e é também 1 dos niyamas do código de ética de Patáñjali, em sânscrito, santôsha (contentamento).

Alegria, por definição, é um sentimento de contentamento, de júbilo, satisfação, exultação. Todos sabemos o que é alegria. Mas não é assim tão fácil encontrarmos dentro de nós as palavras certas para explicar.

No final da bright-friday passada, após absorver as intervenções profundas de todos os presentes, percebi, por fim, que alegria sincera é amor à vida, e é essa alegria que dá sentido a tudo o que fazemos e somos, e que existe sempre em nós, faz parte de nós, mesmo quando estamos tristes. 

O que é para vós a alegria sincera e qual a importância desse sentimento no praticante de yôga? Porque é que o Mestre DeRose terá considerado a alegria sincera como uma das oito características principais do SwáSthya Yôga?

Partilhem abaixo nos comentários! :)

Hoje, às 18h30, teremos o professor Hugo de Sousa "desmistificando o Yôga". Lá estarei, e espero encontrar-vos também, nesta que será com certeza mais uma brilhante sexta-feira de aprendizagem e partilha.




"Pure Joy" pintura de Diana Scherpenisse



Alegria

De passadas tristezas, desenganos
amarguras colhidas em trinta anos,
de velhas ilusões,
de pequenas traições
que achei no meu caminho...,
de cada injusto mal, de cada espinho
que me deixou no peito a nódoa escura
duma nova amargura...


De cada crueldade
que pôs de luto a minha mocidade...


De cada injusta pena
que um dia envenenou e ainda envenena
a minha alma que foi tranquila e forte...


De cada morte
que anda a viver comigo, a minha vida,
de cada cicatriz,
eu fiz
nem tristeza, nem dor, nem nostalgia
mas heróica alegria.


Alegria sem causa, alegria animal
que nenhum mal
pode vencer.


Doido prazer
de respirar!


Volúpia de encontrar
a terra honesta sob os pés descalços.


Prazer de abandonar os gestos falsos,
prazer de regressar,
de respirar
honestamente e sem caprichos,
como as ervas e os bichos.


Alegria voluptuosa de trincar
frutos e de cheirar rosas.


Alegria brutal e primitiva
de estar viva,
feliz ou infeliz
mas bem presa à raíz.


Volúpia de sentir na minha mão,
a côdea do meu pão.


Volúpia de sentir-me ágil e forte
e de saber enfim que só a morte
é triste e sem remédio.
Prazer de renegar e de destruir o tédio,


Esse estranho cilício,
e de entregar-me à vida como a um vício.


Alegria!
Alegria!
Volúpia de sentir-me em cada dia
mais cansada, mais triste, mais dorida
mas cada vez mais agarrada à Vida!

Fernanda de Castro, in "D'Aquém e D'Além Alma"

8 comentários:

  1. Que texto maravilhoso, poema e pintura tão alegre 💖💖😀
    Adorei 👌

    ResponderEliminar
  2. Adorei, Marta! Obrigada por nós dares a conhecer também este poema. Alegria, alegria! Que bom que é estarmos juntos!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada Inês! <3 Fico feliz que tenhas gostado!

      Eliminar
  3. Que lindo.
    Que beleza de grafismo e escrita .
    Continua a encantar-nos!

    ResponderEliminar
  4. Muito bonito, tudo Marta! Parabéns🤗 não tinha visto ainda o nome da pintura e senti verdadeiramente pure joy com todas aquelas cores. E a Alegria, "brutal e primitiva", Adoro. ❤️

    ResponderEliminar
  5. Essa imagem é mesmo qualquer coisa... conseguiria mergulhar nela e encontrar cada balão com uma cor mais vibrante que a outra! E o poema... é alegria mesmo! Alegria para mim forma um ciclo de positividade que merecemos conquistar... Alegria gera alegria, endorfinas e felicidade, encontrando esses balões de felicidade no dia a dia seremos melhores para nós e para os outros. Obrigado Mestre De Rose por nos ter juntado, obrigado Marta por este texto :D

    ResponderEliminar