Hoje convidei a Inst. Rita Frazão Gonçalves para escrever uma reflexão sobre
A Flor de Lótus
Nos ensinamentos da cultura oriental, a Flor de Lótus simboliza crescimento espiritual, evolução...
Também representado nos quadros sinóticos do Yôga Antigo como o Lótus da Meditação.
Em todas as culturas existe simbolicamente uma Flor de Lótus.
No geral o ser humano está em constante busca da evolução.
Embora nem todos consigam essa perseverança e determinação perante as adversidades, tal como tão bem representada pela Flor de Lótus.
Remete-me para a Alegoria da Caverna de Platão.
Nós somos a Flor de Lótus, tal como a rapariga da Caverna que desabrocha perante a luz do sol.
Ao vermos as “coisas” iluminadas pela luz do sol, e não somente pela pequena fogueira que estava dentro da caverna, tudo se mostra no seu todo.
Há sempre uma consciência maior.
E ao observarmos o mundo através da ideia do bem, tudo se revela. Tal como a flor de lótus que desabrocha.
Por ex. Ao olhar para um objeto, natureza, ser humano com a intenção do bem, todos eles se revelam na sua totalidade.
“O pior cego é aquele que não quer ver”.
Muitas vezes só conseguimos ver o lado obscuro da vida, o lodo da vida, há que galgar, vir à tona, ver a luz e respirar.
Através do SwáSthya Yôga e de toda esta aprendizagem a minha vida torna-se mais clara e feliz.
A ferramenta está dentro de nós. Só precisamos de uma ajuda para a pôr a funcionar. A Escola é o meu adubo.
Por ex. Só o facto de ter parado para refletir sobre este tema, já me trouxe mais um raio de luz.
A Flor de Lótus todas as manhãs floresce ao nascer do sol, tal qual a primeira meditação do dia.
O Templo da Paz está dentro de ti. De nada adianta buscá-lo lá fora. Em teu coração jaz o recanto somente acessível a ti próprio e ao qual ninguém poderá penetrar. O nome desse Templo é Anáhata e ele constitui o teu refúgio indestrutível. A ele deves recolher tua mente pela manhã e à noite, a fim de manter o caminho aberto e livre de erva daninha. Nele deves penetrar em busca de ti próprio duas vezes por dia para cuidar do asseio de teu Templo Interior.
In "Mensagem" de DeRose
Tantas flores de lótus que desabrocham na Escola SwáSthya Yôga 5 de Outubro. Por um mundo mais claro e feliz!
Hoje quero falar-vos de Kahlil Gibran. Nascido no Líbano a 6 de janeiro de 1883 e falecido em Nova Iorque, a 10 de abril de 1931. Foi poeta, ensaísta, filósofo, pintor, conferencista e um dos maiores inspiradores da humanidade do século passado. A sua obra é reconhecida mundialmente e é um dos meus autores preferidos, destacando "O Profeta" e "O Livro da Vida", do qual vou deixar aqui dois excertos que são uma delícia.
Dar e Ganhar
És bom quando te esforças por dar de ti mesmo
Não és mau quando procuras ganhar para ti mesmo.
Quando buscas o ganho, mais não és do que uma raiz que se agarra à terra e se alimenta do seu peito.
Com certeza o fruto não pode dizer à raiz:
"Tens de ser como eu, cheia e madura, e oferecer continuamente a tua abundância."
Dar é uma necessidade para o fruto, tal como receber é uma necessidade para a raiz.
Para mim, este poema reflete muito bem as Leis da Correspondência e da Polaridade. O que achas?
Confissão
Se confessássemos os nossos pecados,
todos riríamos uns dos outros
devido à nossa falta de originalidade.
Se revelássemos as nossas virtudes,
igualmente riríamos pelo mesmo motivo.
Moral da história: como sempre, todos diferentes e todos iguais. Espero que tenham gostado de Kahlil Gibran e que vos tenha aguçado o apetite para o conhecerem melhor.
“A beleza é a
eternidade contemplando-se num espelho. E você é a eternidade e o
espelho”
Kahlil Gibran, o Profeta
Um abraço e uma excelente e inspiradora semana para todos nós 😍
A Música tem sido tema de debate filosófico desde os gregos
antigos até aos dias de hoje. Era uma parte importante da cultura grega antiga,
desde cerimónias religiosas, poesia e teatro, até usos militares e educação. A música, para os filósofos gregos, fazia parte da sua metafísica; uma parte de como
pensavam que o universo estava estruturado. Eles deixaram um registo
substancial das suas ideias sobre música, muitas das quais ainda fazem parte da
nossa cultura de hoje. Estes filósofos escreveram numa série de estilos, desde
livros sobre as práticas de fazer e compreender a música (o que hoje chamamos
de teoria da música), a livros sobre a natureza do universo e os efeitos da
música (o que hoje chamamos de metafísica, ou apenas filosofia). Pensava-se que
a música poderia afetar o ethos de uma pessoa (comportamento ou ética) porque era governada pelas mesmas leis que o universo e assim poderia influenciar outros
reinos, tanto físicos como invisíveis.
Esta crença de que a Música pode influenciar o
comportamento é primeiro apresentada por Platão na sua República, um tratado
no qual ele descreve a maneira de criar um estado ideal. Neste importante
tratado, Platão declara que o poder que a música tem para influenciar o
comportamento de uma pessoa é tão forte que os líderes da república só devem
ser autorizados a ouvir certos tipos de música, os quais aumentarão a sua
coragem e honestidade. A música que pode perturbar a ordem social deve ser
banida da república e a cada estrato da sociedade são permitidos diferentes
tipos de música, a fim de encorajar certos aspetos do seu caráter. Para Platão,
a música tinha o poder de despertar certos estados emocionais em humanos. Tinha
esse poder porque a música em si era uma imitação dos sons que fazemos nesses
estados emocionais.
Aristóteles, depois dele, tinha um conceito semelhante do poder musical para influenciar os nossos estados emocionais. Mas, para
Aristóteles, era assim porque a música representava essas emoções em si mesmas,
não apenas as maneiras pelas quais expressamos essas emoções. Uma pessoa
ouviria música e o seu estado emocional alinhar-se-ia por simpatia com o da
música.
À medida que a nossa compreensão do mundo e do lugar da
música nele evoluiu, os argumentos filosóficos relativos à música também se
transformaram. Ao longo da Idade Média, perdeu-se o foco filosófico e a Música
era considerada apenas um meio para um fim, na ajuda ao louvor e adoração de
Deus. Quando a música reapareceu como um tópico filosófico, no final do
Renascimento, havia muitos conceitos semelhantes às filosofias gregas
primitivas, menos o envolvimento estrutural no universo. A partir desse
momento, uma grande revolução nos nossos pensamentos sobre o propósito e o
funcionamento da música ocorreu a cada duzentos anos ou mais.
Durante a era barroca, acreditava-se que as emoções eram
sentidas como resultado do movimento de certos espíritos no corpo. A música que
correspondia aos movimentos dos espíritos para uma emoção particular poderia
fazer com que os espíritos do ouvinte se movessem da mesma forma, fazendo com
que essa emoção fosse sentida. Certos gestos melódicos ou traços rítmicos
tornaram-se formas padrão de comunicar cada emoção. Acreditava-se que a música
era uma ferramenta útil e ouvir o equilíbrio certo das emoções na música era
pensado para manter a alma em equilíbrio e encorajar a saúde mental e física.
A expressão do estado emocional interior do artista só
passou a ser o objetivo da música a partir do século XIX, com o Romantismo.
Com a publicação de Arthur Schopenhauer (1788-1860), «O
mundo como vontade e ideia», a importância da música entre as artes mudou
radicalmente. Schopenhauer postulou que o universo era, em última análise, uma Vontade. Ele considerava a música a arte proeminente porque poderia representar
mais de perto essa Vontade. Ao fazer isso, pode, obviamente, representar outras
coisas, como emoções humanas. Isto difere das conceções platónicas e
barrocas anteriores de emoção na música, em que esta imitava essas emoções,
enquanto para Schopenhauer ela representa essas emoções. Além disso, embora a
música possa expressar as emoções das quais é representativa, ela não faz
necessariamente com que o ouvinte sinta essas emoções.
As teorias de Schopenhauer fornecem suporte filosófico para
uma tendência que já se estava a tornar bastante estabelecida na época da
publicação do seu livro.
No final do século XIX, o escritor e crítico musical Eduard
Hanslick (1825-1904) argumentou que o propósito da música não é fazer-nos
sentir uma certa emoção e também não é seu propósito representar emoções. Para
Hanslick, a música é o propósito da música, a sua forma é o seu conteúdo e não
emoções. Para ser claro, Hanslick não descartou a possibilidade de que a música
pudesse despertar certas emoções em certas pessoas, mas sentiu que tal
ocorrência não era o propósito da música e muitas vezes poderia ser explicada
como resultado de outras coisas.
Filosofar sobre música não parou por aí, é claro. Na
verdade, em meados do século XX, o interesse pelo tópico ressurgiu
consideravelmente. O tema atualmente é amplo, dada a explosão de géneros
musicais e a facilidade com que a música existe no nosso quotidiano. Os
filósofos ainda estão a tentar explicar a natureza do conteúdo emocional da
música e de que maneira ele pode afetar-nos. As respostas que eles constroem
podem ter um impacto considerável em como entendemos o significado da música nas
nossas vidas, na verdade, em como entendemos a música.
Pela minha parte, como compositor e produtor musical, situo-me mais perto das ideias de Hanslick. Quando componho, não tenho como objetivo consciente exprimir esta ou aquela emoção, este ou aquele estado de alma. Vejo a música mais como uma envolvência, um estabelecer de paisagens sonoras que te enlevam e transportam através delas.
Deixo-vos aqui uma faixa do meu disco Nostalgia, como exemplo. De certeza que, a inspirar emoções no ouvinte, cada um as vivenciará de acordo com a sua personalidade, mas também com o seu passado, componente muito importante para se analisar o presente.
Como vês tu toda esta questão? O que é para ti a música e como te relacionas com ela? Deixa o teu sentir nos
comentários. Obrigado.