quarta-feira, 22 de setembro de 2021

22 de Setembro, um dia sempre mágico

 22 de Setembro, um dia sempre mágico

Neste dia tão especial para mim, não posso deixar de escrever no Blog da nossa Escola tudo o que me vai na alma e coração. Gosto de datas e gosto de as festejar condignamente. Fazem-me reviver e relembrar propósitos, momentos, pessoas e lugares

Faz hoje 21 anos que saí da grande empresa onde trabalhava para abraçar o sonho de uma vida, o mote que sempre me inspirou, mas que não sabia muito bem como fazer: o Ser feliz e contribuir para a felicidade dos outros.

Ouvi esta frase, pela primeira vez, numa aula de Religião e Moral, tinha eu cerca de 13 anos. Fez tanto, mas tanto sentido para mim que a guardei bem arrumadinha no lado esquerdo do meu peito.

A vida mostrou-me que as coisas não são assim tão fáceis e lineares. Circunstâncias de vida, pessoas que apareceram na minha vida, eu própria sem saber como lidar com sentimentos, emoções, ideias e vivendo num País carregado de 40 anos de fascismo assoberbado por culpas, temores e velhas crenças castradoras.

Sim, vivi o 25 de Abril, vivi com 16 anos, toda essa esperança, alegria e euforia, embora fosse muito jovem e inculta politicamente para perceber muito bem o que acontecia à minha volta.

Aos 18 anos fui mãe e a vida levou-me para um casamento, um emprego e uma casa para governar. Com 25 fui mãe pela segunda vez e ser mãe tem sido das experiências mais desafiantes e enriquecedoras que tenho tido. 

Aos 19 anos entrei na EDP e fiquei lá durante 23 anos, num emprego estável onde aprendi muitas coisas e que me deu o suficiente para pagar as contas e viver. Se fui feliz na EDP? Sim, pode-se considerar que sim, embora não me sentisse realizada nem profissional nem pessoalmente.

Conheci muitas pessoas boas, outras nem tanto... No entanto, o saldo é positivo e estou infinitamente grata a esta Empresa que me permitiu criar os meus filhos em segurança.

Enquanto lá estava, secretamente, o meu coração suspirava por mais e por uma profissão que me cantasse o mantra de "Ser feliz e contribuir para a felicidade dos outros..."

O Universo ouviu-me e enviou-me uma mulher extraordinária que me deu a mão e levou para o Yôga e para a Formação Profissional: Renata Sena, minha amiga, colega na EDP e Instrutora de SwáSthya Yôga, nos tempos livres.

O vento da vida soprou-nos de feição e do nada começaram a aparecer rescisões amigáveis na empresa.

Ela saiu em 1998 e fundou a Escola da Amadora. Eu continuei mais dois anos e fui trabalhar para o Marquês de Pombal.

Saí faz hoje 21 anos numa bela tarde de Setembro, coincidente com o Dia Europeu sem carros. Lisboa engalanou-se para esse dia e tive o privilégio de ver o Marquês de Pombal sem carros e com imensa gente a usar outros meios de transporte. Quando saí ao final da tarde eles já circulavam novamente.

Aqui fica uma foto desse dia.


Comprei 23 rosas vermelhas e dei uma a cada um dos meus colegas mais chegados. Ainda hoje guardo muitas amizades desses tempos.

Uma coincidência interessante nesse dia, foi que o meu marido foi buscar-me a pé ao Marquês de Pombal e subimos até ao Saldanha, apanhámos a 5 de Outubro e fomos buscar o carro que estava estacionado na R. Álvaro Pais bem ali ao lado. Ou seja, os nossos pés levaram-nos logo para a 5 de Outubro, embora eu nesse dia nem sonhasse que a nossa Escola seria ali, bem no centro da cidade apenas ano e meio depois.

Por tudo isto, guardarei sempre esse dia na minha memória como o dia em que dei um pequeno passo que se tornou gigante quando olho para trás...

Uma gratidão imensa à minha família que sempre me apoiou nas minhas "loucuras e manias", à EDP por tanto que me deu, aos meus amigos, aos meus colegas e alunos que fazem e farão sempre parte deste sonho mentalizado, plasmado nesta realidade objetiva em que vivemos.

Hoje vamos ter festa na nossa Escola com várias comemorações: os meus 21 anos de maioridade, entrega de certificados às Instrutoras que se formaram este ano, celebração do equinócio em que por breves momentos a duração do dia é igual ao da noite e tudo isto iluminado por uma belíssima Lua Cheia que nos traz energia para novos desafios, deixando para trás o que já não nos faz falta. Hoje é dia de vestir novas roupagens e celebrar a Vida 🙏

#professorazélia

geral@yoga5deoutubro.org


 

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Se há algo de que eu sempre gostei, foi...

Se há algo de que eu sempre gostei, foi ensinar...


Só descobri isso na idade adulta, embora quando era pequena gostasse muito de ensinar a minha mãe e o meu irmão a fazerem ginástica.

Eu andava na ginástica rítmica na Associação Académica da Amadora e adorava juntá-los no corredor da nossa casa e pô-los a fazer os exercícios que eu tinha aprendido. Acho que esse foi o primeiro sinal na minha vida.

Depois, a vida foi correndo ao sabor das circunstâncias até descobrir o Yôga! Yôga, Yôga, Yôga uma palavra que sempre me fascinou por ser misteriosa e bela, ao mesmo tempo...

Quando iniciei a minha Formação de Instrutora de SwáSthya Yôga e comecei a dar aulas, soube ser para isto que estava fadada. E ainda bem, porque descobri e abracei o meu propósito de vida.

Propósito de vida é um conceito do qual não se falava há 25 anos e fico feliz por hoje ser um tema tão atual.

Quero partilhar com vocês o que escrevi no meu diário em 9-6-1990, há 3 décadas atrás. É bom escrever no diário, porque conseguimos perceber a nossa evolução, as nossas conquistas e ao mesmo tempo os nossos anseios de antão.

"Tenho tanta pena de não ter nenhum dote artístico ou ter um interesse muito forte por algo. O meu trabalho não me realiza. Não me sinto a produzir, a fazer algo pela Humanidade, pelo planeta ou por qualquer outra coisa. O Zé Paulo tem sorte, porque tem a música.

Desde há 6 meses que estou inserida num grupo de teatro amador. Somos só 4 raparigas a representar e a professora também é amadora. É giro, dá para passar o tempo, mas também não me vejo a abraçar a causa do teatro. 

Gostava de cantar, mas não tenho fôlego, gostava de dançar, mas sou pesadona. Enfim, não sou nenhuma Madonna e ainda bem.

Só queria arranjar uma maneira de fazer desaparecer a angústia que, frequentemente, me assalta. E, ainda por cima, não sei o que me angustia. Tenho uma boa vida. Tenho 2 filhos maravilhosos que eu adoro, um marido fantástico e um bom emprego. Só não me sinto em paz comigo própria." 

Olhando para estas linhas, hoje eu sei, que me faltava descobrir o meu propósito de vida e nesta descoberta de Professora de Yôga que levo há 25 anos descobri que desenvolvi o meu fôlego com os pránáyámas (respiratórios) e que vocalizo mantras afinados que me dão uma grande satisfação.

Também descobri que afinal não sou pesada e que as coreografias brotam leve, levemente do meu corpo e Ser. Descobri tanto, mas tanto que o Yôga me deu e continua a dar. É uma fonte inesgotável.

Descobri que o melhor do mundo é o autoconhecimento, o aceitarmo-nos a nós próprias e ser feliz contribuindo para a felicidade dos outros. A minha modesta contribuição é através do ensino e sou muito feliz quando estou no palco a dar o melhor de mim. Ah, afinal também entro num palco!

Faço votos de que também tu descubras o teu propósito de vida e, se já o descobriste, lembra-te que há três motores que precisam estar alinhados, afinados e sempre a funcionar.

São eles: trabalho, persistência e confiança.



E, pronto, é com estes pensamentos que inicio o mês de setembro. Feliz pelo regresso às aulas e por saber que estamos juntos neste propósito de vida :)

Deixo-vos com um vídeo, de uma coreografia improvisada, que fiz com 62 anos. A música é de Zé Paulo Santos e o título é "Maha Shaktí". E, não sendo nenhuma Madonna, estou muito feliz por a ter dançado ehehehe 

Queres saber mais sobre o SwáSthya Yôga e a nossa Escola?

Fácil! Contacta-nos :)

@zeliadesousacs

geral@yoga5deoutubro.org