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sexta-feira, 28 de maio de 2021

BRIGHT FRIDAYS

 A importância da alimentação na qualidade de vida


    Nesta sexta-feira passada a aluna Carlota Lourido fez uma magnífica apresentação sobre a importância da alimentação na qualidade de vida. Pode ver ou rever o vídeo da apresentação no Grupo da 5.

    Como percebemos na bright-friday "O Yôga fora do Tapete" com a Inês Guerra, a filosofia do Yôga vai além do Ashtánga Sádhana, da prática em 8 partes. Procuramos aprender a fazer escolhas inteligentes relativamente ao nosso estilo de vida, que possam proporcionar-nos bem-estar e saúde física, mental e emocional. 

    SwáSthya, o nome do nosso Yôga, significa auto-suficiencia, conforto, satisfação, bem-estar e saúde. Tudo isso é qualidade de vida. 

    No quadro seguinte, vemos alguns dos pilares para uma vida com qualidade, aos quais podem ainda ser acrescentados outros.


Quadro feito por Carlota Lourido.


    Todos sabemos que aquilo que comemos é uma das coisas que mais importância tem na nossa saúde. Debruçamo-nos então sobre o que constitui uma alimentação saudável e óptima para o praticante de SwáSthya Yôga.

A alimentação preconizada no SwáSthya Yôga, é a alimentação ovo-lacto-vegetariana (a alimentação lacto-vegetariana também é igualmente aceite). 


Porquê este sistema alimentar?

     1 - É considerado mais fidedigno relativamente à alimentação ancestral da civilização na qual surgiu o Yôga, há mais de 5000 anos. Como tal, milhares de anos confirmam empíricamente que este sistema alimentar é seguro e saudável.

      2 - É considerado como aquele que promove de melhor forma os efeitos da prática de Yôga, proporcionando saúde e resistência.


    Isto não quer dizer que pessoas que façam outras escolhas alimentares não possam ou devam praticar Yôga, simplesmente significa que os efeitos da prática poderão não ser assimilados da mesma forma, e algumas técnicas poderão até ser desaconselhadas (no caso de praticantes que consomem carnes). 

    Muitas pessoas que começam a praticar e que imaginam que jamais alterarão os seus hábitos de vida, acabam por perceber uma maior receptividade a essa mudança à medida que avançam na prática. Por vezes sentem mesmo uma forte necessidade de mudar, como se a própria prática "pedisse" a mudança, de dentro para fora.


Como fazer então a mudança para uma alimentação vegetariana?

Quadro feito por Carlota Lourido.


   Neste nosso blog, disponibilizamos aos domingos a rúbrica Yam Sundays, onde se encontram deliciosas receitas saudáveis e vegetarianas, desfrutem!


 Aproveito para acrescentar que a alimentação à base de plantas, além de ser saudável e saborosa é também a mais compassiva para com os outros animais que connosco partilham o planeta Terra, alinhando-se com a ética do yôgin através do yama ahimsa - não agressão, e é também o sistema alimentar que mais respeita o nosso planeta.


"You have two homes: Earth and your body. Take care of them" 

(frase de autor desconhecido, partilhada pela professora Carla Ferraz)


    Embora a alimentação recomendada para o SwáSthya Yôga seja a ovo-lacto vegetariana, o Mestre DeRose faz uma ressalva importante no Tratado de Yôga (pág 767) para que o consumo desses produtos seja mínimo e a sua escolha seja consciente a fim de se evitar apoiar financeiramente indústrias que sejam cruéis para com os animais.


    Agradeço por fim, a todos os leitores, a todos os alunos que estiveram presentes na bright friday, à Carlota Lourido por ter apresentado este tema de uma forma tão empolgante e informada e por ter disponibilizado os seus quadros, e também, sempre, à nossa Mestre Zélia Couto e Santos por nos proporcionar estas oportunidades de convívio, aprendizagem e inspiração.


  •     Na bright friday de hoje teremos a aluna Maria João Calejo a dar-nos a conhecer o Gáyatri Mantra, um mantra poderoso que nos transporta para outras dimensões. Não percam!


    E vocês, qual o sistema alimentar com que se sentem mais confortáveis? Como fizeram a mudança? Que dicas podem dar a pessoas que pretendem mudar mas que sentem dificuldades? Qual a vossa opinião sobre tudo isto?





domingo, 18 de abril de 2021

YAM SUNDAYS

 Favas à moda do meu pai


Comer tem sido para nós, humanos, muito mais do que uma actividade para nutrir o corpo. Comer é um ritual.
Quando semeamos a terra, já iniciamos a refeição. Quando regamos e esperamos por ver a semente germinar, já imaginamos o sabor e os risos que se juntarão à mesa. Quando acompanhamos o amadurecer da planta, do fruto, da baga, da semente, cresce-nos um contentamento visceral que chega ao auge na colheita. 

Tradicionalmente, as colheitas são acompanhadas de cantares, de convívio, de alegria, de muito trabalho, mas um trabalho gratificante, especialmente se aquilo que colhermos for destinado à nossa refeição ou à partilha. Oferecer vegetais, frutas, sementes, da nossa própria horta para que outras pessoas os saboreiem é ainda mais gratificante do que comê-los nós mesmos. É uma oferenda do contentamento de ver crescer e uma partilha do momento do ritual da refeição.

Toda a preparação da refeição é um pújá, é retribuição, é gratidão à terra que fez crescer, ao sol que adocicou, às nossas mãos que colheram, aos insectos, aos ventos, às chuvas. É um pújá também à familia, aos amigos, a quem comer o cozinhado, é o nosso amor, é a alquimia dos sabores, dos cheiros, uma experiência sensorial, tudo isso é oferecido de coração. A nossa energia, e a energia da Terra, irão nutrir o corpo de outra pessoa, dando-lhe mais saúde, dando-lhe felicidade.

Quando uma pessoa come só, a comida tem menos sabor do que se comer com o coração cheio. E nesta altura, em que vivemos todos afastados uns dos outros, por várias razões, encontrar uma forma de recuperar o ritual, nutre ainda mais do que comer realmente o alimento.

Eu moro longe da minha família, e a minha família mora longe de si mesma, cada um em cada sítio. Longe. 

Hoje trago-vos uma receita tradicional da minha cidade, Lagos, no Algarve, e as favas usadas nesta receita (na fotografia) foram cultivadas no quintal da casa onde cresci, pelo meu irmão, e cozinhadas pelo meu pai, na Alemanha, que tirou fotografias e me enviou. Assim, tão longe uns dos outros, participámos numa refeição que apenas um comeu, mas que todos sentiram o sabor.

A receita foi "veganizada" pelo meu pai, a partir da receita do livro Cozinha Tradicional Portuguesa, de Maria de Lurdes Modesto.




Os ingredientes:

- Favas tenras e frescas.

- Azeite

- 2 dentes de alho

- 1 chouriço de soja

- cebola picada

- ramo de coentros

- sal, pimenta, cominhos q.b.

- cerveja ou vinho


O procedimento: 

1 - Fazer um refogado com azeite, alho com casca e chouriço de soja.

2 - Retirar o chouriço do refogado e adicionar a cebola picada.

3 - Temperar com sal, pimenta e cominhos.

4 - Juntar um pouco de cerveja (ou vinho). 

5 - Juntar coentros e deixar mais um pouco.

6 - Juntar as favas e mais coentros.

7 - Deixar cozinhar até as favas estarem macias (mais ou menos 30 minutos).


Acompanhar com arroz branco e salada de alface. 

Espero que se juntem a esta mesa, para comermos juntos. Bom apetite!