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quinta-feira, 6 de maio de 2021

THURSDAY CHALLENGE DE NÃO AGRESSÃO

Bom dia!!

Bem vindos à nossa Thursday Challenge!!

Esta semana o desafio vai de encontro a mais uma proscrição ética do Yôga (YAMA*).

O primeiro YAMA, AHÍMSA, não agressão, automaticamente remete-nos para a agressão física, para com os outros seres vivos e por vezes passa-nos despercebido que também nos agredimos a nós mesmos, não fisicamente, mas sim no plano mental e muitas vezes de forma inconsciente através do nosso diálogo interno quando este é negativo, aquela voz interior, que insiste em deixar-nos mais desmotivados assim que tem a mais breve oportunidade.

Pois bem, agressão e auto-agressão não são connosco!

Neste sentido a proposta que trago esta semana é minimizar este diálogo interno negativo, tomando consciência dele e transformando-o conscientemente num diálogo mais positivo, enriquecedor e que nos permita sermos verdadeiros connosco próprios e evoluir como seres humanos.

Como?

Por exemplo, desta forma:

- Assim que se aperceberem, parem, fechem os olhos e respirem fundo, mas mesmo fundo, encham plenamente os pulmões desde a parte baixa à parte alta e concentrem-se apenas nisso.

- Pensem em algo que vos faz sentir orgulhosos de vocês mesmos, algo que vos faz sentir imensamente feliz.

- Com tempo e interiorização, vamos conquistando este poder de perceber, parar e ultrapassar este diálogo destrutivo e tóxico e substitui-lo por pensamentos que nos motivam a ser mais e melhor.

 


Relembrando: YAMAS- proscrições, normas éticas que nos indicam como nos devemos relacionar com o universo e mais precisamente aquilo que não devemos fazer.

 

E é este o desafio de auto-superação desta semana!

De que formas costumam vocês ultrapassar estes momentos?

 

Se quiserem saber mais sobre a ética yôgín e como ingressar nesta filosofia de vida que é o SwáSthya Yôga, podem entrar em contacto através do email: geral@yoga5deoutubro.org

 

Thursday Challenge by Ana Moutinho

sexta-feira, 9 de abril de 2021

BRIGHT Fridays - Os 5 Yamas

 Sextas com a ética do yôgin - os 5 yamas


Na passada sexta-feira, tivemos uma aula muitíssimo enriquecedora, com a nossa querida instrutora Rita Frazão Gonçalves onde se abordou o código de ética do yôgin, neste caso os 5 yamas.

Os yamas são 5 proscrições éticas, que procuram indicar uma conduta comportamental relativa à relação do praticante com os outros e com o Universo. Os yamas são o primeiro passo do Yôga Clássico, criado e sistematizado por Patañjali no século III A.E.C., os quais o praticante deste Yôga deve incorporar antes de poder progredir na prática. No SwáSthya Yôga, os yamas (e os nyamas) são transversais à prática e à evolução do próprio yôgin e são interpretados à luz da linhagem a que correspondem. O Yôga Clássico, embora mantenha uma parte das características sámkhya, é totalmente oposto em termos de linha comportamental, sendo de linha patriarcal, antissensorial e repressora (brahmáchárya). Como sabemos, o SwáSthya Yôga foi sistematizado a partir do yôga pré-clássico, naturalista (sámkhya) e de linha tântrica (matriarcal, sensorial e não repressora) 

Os yamas são então: 

1 - Ahimsa, não agredir

2 - Satya, não mentir

3 - Astêya - não roubar

4 - Brahmáchárya - não dissipação da energia sexual

5 - Aparigraha - não possessividade


imagem de https://pranakriya.com/yoganand-shares-yamas-niyamas-ahimsa/


À primeira vista, os yamas parecem propostas perfeitamente óbvias, intuitivas, e até fáceis de aplicar. Mas quando nos auto-estudamos, nos debruçamos sobre o nosso interior, percebemos que o tempo de uma vida pode não ser suficiente para encontrarmos a harmonia relativamente a estas proscrições.

Quando falamos em ahimsa, encontramos não só a não agressão física a outras pessoas como a não agressão a todos os animais e à natureza. Implica escolhas de consumo e alimentação que não impliquem crueldade para com os animais. Atualmente, implica também uma preocupação com sustentabilidade e com direitos humanos. 

Além disso, encontramos a comunicação, a forma como nos expressamos, a força das palavras. As palavras podem ser, e muitas vezes são, violentas. Precisamos ver o outro, entendê-lo e senti-lo quando pretendemos chegar até ele. O mesmo se passa connosco mesmos. Quantas vezes não somos agressivos connosco próprios? O Yôga permite-nos compreender melhor estas questões e no caminho do autoconhecimento encontrar harmonia dentro de nós, com os outros e com o planeta que nos acolhe.

Quando falamos em satya, encontramos novamente o nosso diálogo interno que é o primeiro passo para a verbalização externa de não-verdades. Por vezes inocente e, consequentemente, de forma ainda mais gravosa, nos convencemos de coisas que não correspondem à realidade (sobre nós ou sobre os outros). Satya implica também perceber a verdade nos outros, e como cada pessoa tem a sua verdade, o sentido crítico é de extrema importância. Corroborar uma mentira alheia é o mesmo que criá-la. Fazer promessas que não correspondem à realidade também é uma forma de mentir.

Astêya parece fácil. Ninguém rouba. Até uma criança sabe que não pode tirar o brinquedo do amigo, não é verdade? Contudo este roubar vai muito além da dimensão material. Falamos também em roubo de ideias sem dar crédito, do roubo de méritos, por exemplo. Mas até perceber aquilo que não nos pertence, desejos que nos convencemos que são nossos e contudo não são, escolhas que não são nossas, quando pretendemos ser alguém que não encontramos dentro de nós, roubamo-nos a nós próprios da nossa identidade.

Brahmáchárya é a não dissipação de energia sexual, na linha patriarcal, sugerindo uma total abstinência sexual. Na nossa linha de yôga, tântrica, não se aplica esse preceito, embora também se executem técnicas para não dissipação da energia sexual, contudo nada tem a ver com a restrição da prática sexual em si. 
No caso da nossa cultura judaico-cristã (patriarcal) encontramos muito o tabu da sexualidade. O sexo é visto como algo reprovável, errado, e quem tem desejos sexuais sente repressão e culpa. Quem assume a sua sexualidade é visto de forma depreciativa, especialmente se for mulher. 

Tudo isto é o oposto da proposta do SwáSthya Yôga, felizmente, onde se procura precisamente abraçar a nossa natureza humana em todas as suas dimensões, incluindo a dimensão sexual, incluindo o feminino e toda a energia associada ao feminino. 

Por fim temos aparigraha, a não possessividade, o desapego. Mais uma vez falamos do desapego relativo a bens materiais, à necessidade desenfreada de consumir, de sentir que precisamos de mais coisas do que as que realmente precisamos. Falamos também do apego relativo a relações afetivas. Sentimentos como a inveja ou o ciúme são extremamente nocivos para a felicidade das pessoas e podem destruir aquilo que, doutro modo, seriam boas e saudáveis relações. 

Quando abraçamos a nossa existência, o nosso corpo, quem somos, com todas as coisas que gostamos e aquelas em que ainda precisamos de trabalhar e refletir, a sensação de liberdade é imensa. Percebemos que somos tudo o que precisamos para ser felizes. Claro que isso não significa que dispensemos relacionar-nos com os outros ou que dispensemos todos os bens materiais, simplesmente significa que não estamos presos a esses ideais. Pelo contrário, libertamo-nos para nos podermos apreciar uns aos outros verdadeiramente, para valorizarmos os momentos e as oportunidades, para conhecermos realmente os outros e a nós mesmos.


Espero não me ter alongado demasiado neste post. Entusiasmei-me com o tema. :) O que sentem sobre estas proscrições? Partilhem nos comentários as vossas reflexões. 


Hoje iremos ter a fantástica aluna graduada Cláudia Florêncio a falar-nos de nyamas. Mais um tema muitíssimo interessante, a segunda parte do código de ética do yôgin. Não faltem, hoje às 18h30.