segunda-feira, 12 de julho de 2021

Inspiring Mondays - Família

 FAMÍLIA

Hoje quero falar-vos de família e do que ela representa para o indivíduo, para o coletivo e para a espécie.

No mundo animal vemos uma grande diversidade de modos reprodutivos e nalgumas espécies existe um senso de família com uma inteligência emocional e sentido de proteção das suas crias, enquanto que noutras nada disso existe.

Nos Seres Humanos a família é a base onde se fundam os alicerces para que a criança cresça saudável, feliz e onde os adultos vivenciam o seu relacionamento como casal e como progenitores.

O problema é que a maior parte das famílias são disfuncionais, doentes e os relacionamentos entre os seus membros são, muitas vezes, agressivos e isentos de compreensão e amor.

Estes relacionamentos espelham-se na sociedade e, por isso, vivemos numa sociedade doente e cheia de traumas. Numa publicação anterior já conversámos sobre traumas geracionais, portanto, não me vou alongar neste tema.

A chave para uma família feliz e equilibrada é todos terem o sentimento de Pertença. Todos nós precisamos de sentir que pertencemos a um grupo ou egrégora. Dentro desse grupo, além do pertencer, todos têm de saber muito bem qual o lugar que ocupam nessa árvore genealógica. Só assim o sistema familiar pode funcionar num círculo virtuoso em que cada membro alimenta o grupo e vice-versa.

O pai é o pai, a mãe é a mãe, os filhos são os filhos, os tios são os tios, etc. etc.  

Hoje quero contar-vos uma história que escrevi há algum tempo e que retrata muito bem o tema de hoje. Espero que gostem :) Chamei-lhe:

Uma História de Amor

"Era uma vez um albatroz e a sua companheira albatroza. Conheceram-se ainda jovens e apaixonaram-se um pelo outro.



Todos os anos e, durante muitos anos, encontravam-se numa ilhota tipo penhasco que se erguia abruptamente no meio de um enorme oceano.

Cada um deles, percorria milhares de quilómetros para o encontro anual de albatrozes, satisfazendo assim o apelo da Mãe Natureza da nidificação.

Faziam o ninho sempre no mesmo sítio e todos os anos tinham uma e apenas uma cria que era criada com todo o desvelo e carinho. Depois dela estar autónoma cada um partia à descoberta do mundo, não sem antes prometerem um ao outro que se encontrariam no ano seguinte no lugar do costume.

Um dia no início da Primavera, rondavam eles a linda idade de 30 anos, encontraram-se mais uma vez naquele rochedo a que se chamavam ninho. A alegria de se reverem estava bem espelhada nos seus toques de cabeça, carícias e pios agudos. Com muito carinho o macho fecundou a fêmea e passadas algumas semanas nasceu um lindo bebé albatroz de plumagem fofa como o algodão. 

Lindo e esfomeado! O oceano não era muito abundante em peixe, por isso, os pais tinham de percorrer muitos e muitos quilómetros para trazer alimento à cria que ia crescendo forte e feliz...

Passados 6 meses e depois de muitas lições dadas pelos pais o pequeno saiu do ninho de vez e começou a voar!

Este era o mais forte e bonito de todos os bebés que eles tinham criado. Viram-no a voar fazendo alguns círculos à sua frente, sobre o mar, agitando as asas como que a mostrar as suas habilidades aos pais e num último voo, num aceno de despedida, afastou-se voando para longe preparado para fazer o que a Natureza esperava dele: voar, viver, aprender, reproduzir-se, voar, viver, aprender e, um dia, morrer.

Os pais albatrozes olharam um para o outro numa profunda cumplicidade, trocaram algumas carícias, abriram as asas e voaram juntos em direção ao pôr-do-sol..." 

Esta é uma história simples e simples deviam ser os nossos relacionamentos familiares.

Há muita dor, muito trauma e muita violência, mas estou convicta de que muitos e muitos de nós já estão a trabalhar nestas curas, através da tomada de consciência de que existem estes problemas e, depois, mudando padrões emocionais, mentais e comportamentais. 

Na nossa Escola procuramos implementar todas estas reeducações para que a Nova Humanidade possa emergir de famílias saudáveis, conscientes e felizes. 

Hoje a minha filha Sofia completa 38 anos e é um orgulho para mim e para a nossa família. É a ela que eu dedico esta história e esta publicação.

Parabéns minha albatroza que voas tão bem :)

geral@yoga5deoutubro.org

@zeliadesousacs



sábado, 10 de julho de 2021

Share & Care - Breath

Olá a todos! Esperamos que estejam bem e preparados para a nossa partilha de hoje.

Esta semana, no desafio lançado no nosso blogue, sugerimos que se focassem nas técnicas de reeducação respiratória. De facto, a respiração assume um papel vital na nossa vida, mas temos tendência a desvalorizá-la de tão automatizada que está.

Por ser este um tema de tão grande importância, voltamos a falar-vos dele na nossa partilha de hoje. Uma boa leitura para o fim-de-semana, não sabe o bem que lhe fazia!

Há uns tempos o nosso querido Mestre DeRose, aconselhou a leitura do livro “Respira”, “Breath” no seu nome original, do autor James Nestor. Neste livro, podemos despertar para uma respiração consciente aumentando o nosso bem-estar e saúde. O autor baseou-se em estudos recentes realizados nas áreas da bioquímica, da pneumologia e da fisiologia. É a nossa sugestão para um fim-de-semana de leitura e para que comecem a vossa autotransformação através dos pequenos/ grandes gestos do dia-a-dia.

Como o próprio autor sugere “Respire fundo – leia com atenção – e transforme a sua vida!”

Bom fim-de-semana,

Se quiser saber mais sobre respiração entre em contacto connosco

Bárbara (@basi.yoga)



quinta-feira, 8 de julho de 2021

Thursday Challenge Reeducação respiratória

Olá!

Já tinham saudades de um novo desafio? Aposto que sim, por isso vamos lá!

E começamos a respirar! Sim, leram bem, a respirar. Já falámos sobre a respiração noutras ocasiões, hoje vamos aprofundar um bocadinho.

 Parem uns segundos para perceberem que estão a respirar. No dia a dia nem nos apercebemos desta nossa função vital pois é automática, mas pode ser controlada, reeducada e melhorada!

Já perceberam a vossa respiração? Então foquem-se no movimento do vosso corpo ao respirarem, que partes se movem? O peito? O abdómen?

Depois de perceberem isso, ao inspirar levem o ar somente para a parte baixa dos pulmões expandindo o abdómen. Então o ar entra e o abdómen expande, o ar sai e o abdómen contrai naturalmente. Continuem, lenta e profundamente apreciando e percebendo cada fase da respiração e o movimento do corpo.

 E porque começar por levar o ar para a parte baixa dos pulmões quando a maioria das pessoas respira elevando o "peito", que é a parte alta destes?

Porque a respiração abdominal constitui 60% da nossa capacidade pulmonar e a alta apenas 10% sendo por si só uma respiração superficial . Desta forma, ao fazermos a reeducação respiratória vai resultar numa melhor e maior oxigenação de todas as celulas do nosso corpo.

Respirar pela parte alta do peito, está também associado a estados de nervosismo, angústia e stresse em demasia, fazendo-nos respirar de forma mais ofegante pois não estamos a suprir o nosso corpo com o oxigénio necessário para enfrentar esse estado emocional. 

Respirando pela parte baixa dos pulmões permite-nos não só fornecer mais oxigénio ao organismo mas também reduzir essa estados negativos, acalmando-nos uma vez que desencadeia estados de serenidade e realização pessoal. Esta é também a respiração que adotamos, sem saber, quando estamos a dormir ou a descansar. Devemos de forma consciente usá-la no nosso dia a dia para aumentarmos a nossa capacidade pulmunar.

Para vos ajudar a perceber o movimento do abdómen, podem colocar as mãos na barriga uma em frente à outra com os dedos medios a tocarem-se para sentirem que estes se unem e afastam com a respiração.

Podem ficar sentados ou em pé  com as costas direitas ou então deitados.

Respirem e aproveitem este momento de auto-conhecimento.

E já sabem: contem-nos como se sentiram! 

É bom respirar não é?

Se quiserem saber mais sobre reeducação  respiratória e como ingressar nesta filosofia de vida que é o SwáSthya Yôga, podem entrar em contacto através do email: geral@yoga5deoutubro.org



Thursday Challenge by Ana Moutinho


domingo, 4 de julho de 2021

YAM SUNDAYS

 Gaspacho à alentejana

    O Verão pede um gaspacho. Existem muitas maneiras de fazer gaspacho e é um prato típico em Portugal, sul de Espanha e outros países da América central e México. O gaspacho à espanhola (ou à andaluza) é triturado, num creme frio, e o gaspacho português apresenta-se com os legumes cortados em pequenos cubinhos. No Algarve não se usa batata cozida, mas no Alentejo sim.

    Este é um prato muito fácil, rápido, barato e saboroso de confeccionar, ideal para dias quentes.    Por estas razões era um prato consumido por essencialmente por camponeses. Originalmente o gaspacho seria um prato árabe, sem tomate, consistindo em sopas frias de pão, alho e vinagre. E só alguns séculos depois da chegada do tomate à Europa é que este foi incorporado neste prato, tornando-se o ingrediente principal.

    A experiência torna-se ainda melhor se puder colher os tomates e pepinos (ou até os alhos e as batatas) da sua própria horta. :)




Ingredientes (para 3 ou 4 pessoas)

  • 3 dentes de alho (a gosto)
  • 6 batatas médias cozidas e arrefecidas
  • 4 tomates grandes maduros e doces
  • 2 pepinos sem casca
  • 1 pimento vermelho
  • orégãos a gosto
  • sal a gosto
  • gelo e/ou água bem fria a gosto
  • sobras de pão seco ou pão torrado
  • azeite
  • vinagre a gosto

  1. Esmagar com um garfo os dentes de alho contra o fundo de uma taça grande. Também há quem use um almofariz.
  2. Cortar os tomates, pimento e pepinos em cubos bem pequenos.
  3. Colocar a batata no fundo da taça, os tomates e os pepinos cortados, os temperos todos e juntar água fria e gelo.
  4. Misturar durante alguns minutos e deixar repousar outros tantos.
Bom apetite! :)

quarta-feira, 30 de junho de 2021

WEDNESDAY MAGAZINE - O Alfabeto do Coração 💖

Ashtánga Sádhana, 29 de Junho

pela Mestre Zélia 




Esta terça-feira, viajámos. E não foi miragem. Que bela ancoragem! Uma imensidão inesgotável de AMOR!

Esta terça, Fomos porque nos rendemos a Ser. Um antes do agora, para não esquecer.

Esta terça, regressámos a casa com Bondade e contentamento. O aposento do autoconhecimento.

Reaprendemos as letras, e soletrámos novas palavras. Desbravámos roseiras bravas. Com Compaixão. E que mais abecedários virão?

As nossas mãos livres vieram cheias com a voz que guiou as nossas asas. Esta aula foi de arqueologia sem ciência, uma descoberta em resiliência. Certa. Do que mais virá, do que flutuará. E tal como uma flor de lótus, renascerá. 

No Pránáyáma, as "dores de crescimento" exalaram descansadas, a sorrir. A vida acordou o tempo trazendo lições para o nosso próprio templo.

A Mestre, pé ante pé, anga a anga, desvendou a ponta subtil da chave para o portal. "Dentro da Loja Mágica", segredou-nos a música que nos uniu em ásana. E dançámos a vida, entrelaçadas em filigrana na Nudez da natureza humana! Assim como a vida dança Felicidade, e a alma a acompanha nos  labirintos seguida sempre pelos seus instintos.

Inspirando-se no autor James Doty, a Nossa Guru enfeitiçou-nos o Sádhana. Letra a letra. Despoletou magia nos nossos corações, com a certeza de quem vê na escuridão a própria luz, em evasão. Aquela que nos faz refém, para descobrir que existe mais além.

Foram sucessivas vivências em direção ao autoconhecimento. Em União. E o que é senão o próprio Yôga? Esta cultura, esta filosofia de vida prática partilhada em mar alto, este património imaterial, esta consciência que vai pela mão e semeia a sublimação dos espaços que os corpos já visitaram.  

"De nada vale um cérebro brilhante, se não soubermos sentir o coração". Quebrar o padrão de sermos mais razão. Com Poder e Sabedoria, delegue na sua intuição, o rumo da direção que conduzirá a estados superiores de ascensão. 

Assim é a senda do SwáSthya, a palavra que significando autossuficiência, se autossupera a quem dela se alimenta. E com a sua consciência a acalenta numa equação de expansão proporcional ao desenvolvimento pessoal.



Ontem foi um dia de Gratidão

Hoje, agora e amanhã, será sempre emoção que dignifica a nossa constante evolução. 

Hoje, também é mais um dia da minha autossuperação entre tanta hesitação...

Não tinha tema para este dia, até falar com a Mestre após esta aula de diamante. "Escreve sobre a aula!", exclamou Ela. Mas é extremamente difícil decifrar uma vivência subjetiva que a memória regista a cada segundo. 

E não nego a um desafio!

Até aqui, não conseguia desfiar de forma extrovertida, a gratidão pelo futuro que me imprime aquela Mulher no quadro exposto, na minha sala.
Olhar para o quadro oferecido por uma das "Nossas" alunas mais antigas, a São Freire é ficar sem palavras suficientes para retribuir o seu gesto. Pelo sentimento que nos une, pela sensibilidade e intuição da artista. 
Eu queria mas não queria o quadro. Na realidade, não queria ter a consciência do que aquela Mulher Elfo comunicou comigo. 
Devo à Sãozinha, o Poder e a sensibilidade de me (e nos) mostrar, a nós Mulheres, que o Poder interno reside em todas nós, Matriarcas. Coube à Sãozinha, acordar-me para os laços invisíveis da intuição, da comunicação não expressa, mas sentida entre nós. Do reconhecimento. Eu no quadro? Nós Mulheres? A pintura dispensa palavras, apenas se permite sentir. 

Aqui fica a minha homenagem em carinho infinito à São!

Aqui fica também, a nossa gratidão que é ínfima para tudo o que a Mestre Zélia nos presenteia em Sabedoria.

Aqui fica a gratidão a todas as alunas Mulheres que reconhecem em si o self empowerment e o espelham nas outras em verdade, acordando-as em cadeia, despoletando amizade, e outros nobres valores. 

Sempre unidas, em Yôga!   

Clique na imagem para aceder à Galeria da Conceição Freire: Me and the Watercolors by Conceição Freire


Yours,

Cláudia Flor.

terça-feira, 29 de junho de 2021

Tuesday Tunes - Música para Caminhar e Respirar

Dia de música para Caminhar e Respirar


A proposta de hoje é ouvir música enquanto caminhamos e procurar maior foco no nosso percurso. Estar presente.


Percurso de saída da praia em Milfontes
Percurso de saída da praia em Milfontes - Photo credits Carlota Lourido 2016


Todos os dias faço longas caminhadas com a minha estimada cúmplice de quatro patas, a Goji, e enquanto o faço arrumo as minhas ideias, ou como diria a minha mãe: "falo com os meus botões". 

Aproveito para admirar tudo o que vejo, para carregar baterias e para respirar bem fundo! 

Muitos dos passeios são feitos pelos caminhos do costume, pelo bairro, por jardins no centro de Oeiras e por entre ruas com casas bonitas que gosto muito de observar. 

Umas vezes saímos de manhã, bem cedo, quando ainda não há ninguém na rua.


Praia da Parede
Praia da Parede, nascer do dia - Carlota Lourido 2020

Outras vezes, vamos passear ao fim do dia ou até mesmo já bem de noite, que é quando é possível. 

Caminho junto à marginal em Paço de Arcos
Paço de Arcos, junto à com vista para a Ponte 25 de Abril - Carlota Lourido 2020 

Agora que os dias estão mais compridos aproveitamos para ir até à praia ao final da tarde, mesmo antes de escurecer e para aproveitar o ar que está mais quente e mais auspicioso...! 🌅

Nestes momentos, passeio quase sempre ao som de música. Ouvir música enquanto se caminha pode melhorar a experiência, acrescentando algo ao nosso estado de espirito e até contribuir para conferir um certo ritmo às nossas passadas.

No artigo Música e Filosofia escrito pelo nosso querido Blogger Zé Paulo, também conhecido pelo nome artístico Ego Mentis, fala-nos sobre a influência da música nos nossos estados de espírito, é muito interessente e revejo-me em alguns dos pontos mencionados.

Nas minhas caminhadas com música aproveito e procuro fazer alguns exercicios que me enriquecem tanto e que favorecem o meu estado de concentração.


Hoje partilho novamente a lista de música Respirar - That's it!, ela está disponível no Spotify da 5 mas também acessível no youtube, basta carregar na imagem:


Capa do Album Kupla
Acesso à playlist no Youtube


Desta vez a música é para respirar enquanto caminham 😉

Sem esquecer a respiração yôgi que deve sercitando o Tratado de Yôga, sempre nasal, silenciosa e completa, salvo instrução em contrário. Para realizar uma respiração completa inspire amplamente preenchendo os pulmões com ar, começando pela parte baixa (expandindo a região abdominal), depois a média (intercostal) e por último, a alta (clavicular). Ao exalar faça-o no sentido inverso. 

📍Se possível, procure manter esta respiração completa e consciente ao longo do dia.


✨ Como funciona o exercício? ✨


📝Passo a passo:

  • Escolham um local para caminhar que lhes traga conforto, com uma natureza envolvente que seja inspiradora e se for uma praia ou um jardim, muito melhor! - Talvez seja possível caminhar descalço para mergulhar em todas as sensações.
  • Coloque a música a tocar, se possível com recurso a uns heaphones.
  • Caminhe sem pressa, e perceba a cadência natural dos seus passos.
  • Inspire e conte quatro passos.
  • Retenha com ar e conte quatro passos.
  • Expire e conte quatro passos enquanto o faz.
  • Permaneça sem ar pelo mesmo tempo.

🤓 É dificil contar quatro passos em algum destes momentos da respiração? 

👉Faça-o com a duração que lhe for mais confortável, mantendo a mesma cadência em cada fase da respiração.

 

Passado algum tempo, deixe de contar, mantenha o seu ritmo interno, respire, oiça a música e aprecie a paisagem.

A disposição vai melhorar instantaneamente.

Será que agora o foco é maior?

✨Talvez agora seja possível estar mais presente...! 

Será?

Fica a sugestão.

E se puderem, contem-nos como foi a vossa experiência e se gostaram das músicas.

Escrevam nos comentários, queremos saber tudo!


"After a day's walk, everything has twice its usual value" - G.M. Trevelyan 

 

Boas caminhadas!

Carlota


sexta-feira, 25 de junho de 2021

BRIGHT FRIDAYS

Desenvolvimento pessoal com foco em trauma geracional


    Na sexta-feira brilhante do dia 18, à qual este post se refere, tivemos uma pessoa maravilhosa, Sofia Ashman, filha da nossa querida Mestre Zélia, a falar-nos sobre um tema impactante, forte, surpreendente e comovente. Relembro que a gravação se encontra no Grupo da 5, acessível através do facebook.

     Todos nós temos algum tipo de trauma. Todos nós. Esses traumas acompanham-nos desde a nossa infância, altura em que ainda não tinhamos maturidade ou ferramentas para processar os acontecimentos da vida de uma forma completa, livre e saudável. 


  • O que é o trauma geracional? 
Trauma geracional é a ideia de que respostas de stress físico e emocional experienciadas por uma pessoa ou conjunto de pessoas relativamente a uma determinada situação, são passadas para a sua descendência. Desta forma, filhos, netos, bisnetos respondem a situações de stress de uma forma já condicionada pelas experiências traumáticas dos seus antepassados. Esta expressão acontece a nível genético, afectando regulação hormonal (por exemplo, de cortisol) e outros sistemas biológicos.
Além da resposta biológica, existe também a componente comportamental, também ela herdada e/ou aprendida.

  • Qual o papel dos pais/ educadores/ adultos relativamente ao trauma geracional?
Em Portugal, bem como na maior parte da sociedade ocidental e talvez até mundial, a educação das crianças (e dos adultos) não passa por questões como a comunicação saudável e assertiva, expressão e gestão emocional, empatia, socialização consciente, auto-estudo e auto-conhecimento. O facto de não sermos, muitas vezes, dotados dessas capacidades, cria dificuldades que vão passando de geração em geração, e assim tem acontecido desde há centenas ou milhares de anos, por várias razões (políticas, sociais, religiosas, etc). 
Cabe a cada um de nós perceber a responsabilidade de superar esses obstáculos e quebrar a cadeia de transmissão de traumas de pais para filhos, de adultos para crianças.
Criar uma criança é a tarefa mais importante que um pai/ educador terá na sua vida, como tal deve ser algo consciente e trabalhado. Será interessante até ir além dos pais e educadores, pois cada pessoa que interage com uma criança está a trasmitir-lhe algo: formas de falar, gestos, expressões faciais, além da mensagem propriamente dita e a sua carga emocional. Tudo isso conta.




  • O desenvolvimento pessoal e o Yôga
Todos nós que abraçámos o Yôga nas nossas vidas já compreendemos que esta filosofia prática vai muito além do tapete. O Yôga faz parte de nós e como tal está connosco a cada momento do dia sob a forma dos preceitos éticos (yamas e nyamas), da nossa respiração, consciência, auto-estudo, alegria sincera, sentimento de egrégora, etc. 
Através do Yôga mergulhamos em nós mesmos acarinhando aquilo que nos faz crescer e sentir bem, e dispensando aquilo que já não nos serve. Encontramos os traumas, as dificuldades, os vícios, e as emoções tóxicas que vivem dentro de nós e lidamos com eles, com carinho, pois fazem parte de nós também, e procuramos libertar-nos deles, graciosa e coreograficamente, como que dançando por entre folhas secas de Outono que o vento sopra. 
Encontramos dentro de nós pedaços de carvão e transformamo-los em diamantes, com tempo, dedicação, preserverança, entrega e amor. Diamantes que partilhamos com os outros, em cada interacção, tornando a vida mais fácil, mais alegre e mais livre para todos.


Não é terapia, é desenvolvimento pessoal. :)


  • Outros recursos úteis:

Aqui fica o link para um documentário interessante sobre trauma, que foi partilhado por uma aluna da escola, por coincidência, e muito dentro do tema. Um documentário impactante sobre a forma como podemos perceber e lidar com o trauma, o nosso e o dos outros.

https://wisdomoftrauma.com/movie/ - < clique no link para aceder ao filme completo (por tempo limitado)




Livro recomendado pela nossa Mestre Zélia Couto e Santos:

Dentro da Loja Mágica de James Dotty



E eu recomendo este :)

Comunicação Não-Violenta de Marshall B. Rosenberg






Os meus agradecimentos profundos à Sofia Ashman pela sua apresentação tão enriquecedora e emocionante, bem como à nossa Mestre e ao Zé Paulo, sempre, por tudo.



Hoje teremos a aluna Ana Moutinho que nos irá falar de parentalidade, às 18h30m. Vem mesmo a calhar. :) 


Então, vamos praticar? :)
Quais os vossos pensamentos sobre este assunto? Estejam à vontade para deixar os vossos comentários. 
Obrigada.