A força da Egrégora e o Yôga à distância
Olá queridos leitores do nosso Blog,
Tenho estado constantemente a pensar sobre o tema da egrégora, principalmente desde que comecei a estudar mais intensivamente para o exame de passagem de grau, que aconteceu no fim do mês de outubro, e então resolvi escrever-vos um pouco sobre isso.
Como sabem (ou talvez não), estou a fazer a formação profissional à distância, já que de momento não estou a viver em Portugal. Quando iniciei a formação não pensei que fizesse assim muita diferença estar longe, ia aprendendo o mesmo, lendo os livros, fazendo as aulas online, etc.
Contudo, ao longo do tempo, vou sentindo cada vez mais a força magnética da egrégora. Quando nos juntamos para praticar, na mesma sala ou longe, a ligação entre as pessoas faz-nos sentir parte de um todo, estamos no mesmo comprimento de onda, partilhamos algo em comum que é muito forte e presente, a nossa prática e a nossa viagem interior.
Cada dia em que me debruçava sobre o estudo e sobre a prática, sentia-me cada vez mais próxima da nossa escola, dos colegas, de todos os instrutores e, claro, da Professora e Mestre Zélia. Sentia-os todos comigo, bem perto, acompanhando-me constantemente. Sentia-me cada vez mais próxima também dos alunos que comecei a receber nas aulas que iniciei regularmente nesta altura, percebendo uma sensação enorme de gratidão pelo facto de se deixarem levar por mim, em aulas ainda muito imperfeitas, repletas de erros e hesitações.
E quanta gratidão à Professora Zélia pelos constantes votos de confiança, apoio e disponibilidade e também pelas críticas e reparos... e pelas trishuladas!
Uma das características principais do SwáSthya Yôga é a valorização do sentimento gregário. Mas o que é isso de valorizar o sentimento gregário? Bem, uma vez começando a praticar, vamos compreendendo cada vez melhor o que isso significa e como faz tanto sentido.
O sentimento gregário é uma força de coesão que nos faz transbordar de vontade de aprender cada vez mais, de praticar cada vez mais, de evoluir cada vez mais e de estar com outras pessoas que valorizam essas mesmas coisas, através de uma sensação de felicidade e satisfação que nos invade de forma crescente à medida que nos entregamos a esta aprendizagem e a este percurso.
Poderia escrever algo mais, mas não conseguiria explicar tão bem quanto o faz o Mestre DeRose no "Tratado de Yôga" (pág. 113), pelo que passo a citar as suas palavras:
"O sentimento gregário é o sentimento de gratidão que eclode no nosso peito pelo privilégio de estarmos juntos e participando de tudo ao lado de pessoas tão especiais. É o poder invisível que nos confere sucesso em tudo o que fizermos, graças ao apoio que os colegas nos ofertam com a maior boa vontade.
Sentimento gregário é a satisfação incontida com a qual partilhamos as nossas descobertas e dicas para o aprimoramento técnico, pedagógico, filosófico, ético, etc.
Sentimento gregário é o que induz cada um de nós a perceber, bem no âmago da nossa alma, que fazer tudo isso, participar de tudo isso, não é uma obrigação, mas uma satisfação."
Quando conseguimos desafiar-nos a fazer algo que nunca pensaríamos ser capazes de fazer, e temos ao nosso lado todas estas pessoas maravilhosas que fazem parte da nossa Escola, a sensação de gratidão não poderia ser maior.
A primeira vez que conheci a Escola 5 de Outubro e a Professora Zélia foi há quase 10 anos. Gostei logo e senti imediatamente que o Yôga faria parte de mim para sempre (e que pena não o ter conhecido antes!). Ao fim de poucos anos, talvez 2, mudei de cidade e não pratiquei mais na Escola. Mas nunca deixei de fazer a minha prática em casa. Experimentei também outros tipos de Yôga, porque praticar com alguém é sempre mais interessante, mas nunca era a mesma coisa.
Na minha prática pessoal fazia sempre pújá e dirigia-o sempre à Professora Zélia, à Professora Carla Ferraz, ao Instrutor Jorge Barros, ao Professor Hugo e à Professora Lisete. Era então com eles que eu praticava. De tal forma que, quando regressei à Escola (à distância) há cerca de um ano e meio, senti que não tinha passado tempo nenhum entretanto. Muita coisa estava diferente, havia muitos instrutores novos, muitos mais alunos, tudo florescera e crescera, e a alegria multiplicara-se, eu própria estava diferente, mas sentia-me tão próxima como sempre tinha estado, tal como anos antes, quando ainda frequentava as aulas na sala de prática da nossa Escola.
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Sala de Prática da Escola SwáSthya Yôga 5 de Outubro |
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