quarta-feira, 14 de abril de 2021

WEDNESDAY MAGAZINE

Vamos falar sobre a Formação de Instrutores de SwáSthya Yôga?

Os exames de 2ª Época de Passagem de Grau estão à porta ⏳ and counting...

Dias 24 e 25 de Abril, a nossa agenda anuncia um fim-de-semana intenso para a Banca e Alunos que se propõem a exame 👩‍🎓 

Good to know... 👇




E... se somos uma Escola, qual é a nossa missão 🕮? 



















O SwáSthya Yôga é considerado o Yôga mais completo do Mundo! É Filosofia, é Cultura!

Foi codificado a partir do Yôga mais Antigo, pelo Mestre DeRose, com a MISSÃO de formar instrutores e perpetuar esta herança cultural da Humanidade, que hoje é PATRIMÓNIO MUNDIAL! 💖


📌 O que atrai magicamente os alunos a esta escolha de coração💖?
Quais os graus na Escala Evolutiva?

Esta foi a minha escolha de alma! Ser mais feliz dentro e fora da sala de prática, ir mais longe, desafiando-me de tal forma, que se tornou na minha prática de vida! Será uma profissão que é uma missão!
E, hoje, estou no caminho certo, naquele desafio constante e consciente de auto-conhecimento, com a imensa pretensão de fazer os outros felizes, mudando um pouco o mundo. Não estou sozinha! Tenho o privilégio impagável de ser acompanhada pelos meus colegas (que já são amigos), e pela Mestre e Guia do meu coração, a Professora Zélia! 


👉 Existem diferenças entre ser aluno e ser um discípulo. O aluno é aquele que se dirige à escola para aprender algumas práticas com o seu instrutor. Já o discípulo, é aquele que já alcançou um "patamar" acima. É um praticante avançado que assumiu o compromisso e aceita a interferência de um Mestre no seu universo comportamental.

👉 O aluno, então, poderá optar em progredir até se tornar num discípulo e enveredar à formação profissional, desde que seja aprovado nos testes que permitem a Passagem de Grau, conforme os requisitos expostos no livro: «Escala Evolutiva» do Mestre Sérgio Santos.



A Escala Evolutiva explica detalhadamente como se dá a organização hierárquica, quais os conhecimentos que devem ser memorizados para ascender de grau e os direitos e deveres daqueles que ocupam esse ou aquele lugar na escala hierárquica. Informa o que se espera do aluno e do instrutor em termos comportamentais. Contém normas e procedimentos de avaliação.

Os graus da Escala são oito* e o aluno pode levar em média doze anos para ascender do grau 1 de aspirante ao grau 8 de mestre. Simbolicamente, esse sistema de hierarquias é legitimado através do uso da insígnia (que contém a inscrição ÔM), sendo que cada indivíduo, de acordo com seu grau ou nível evolutivo na escala hierárquica, o utiliza de forma diferente. Além disso, essa insígnia, possui diversas cores referentes a cada grau, como símbolo distintivo. 


Os oito graus são respectivamente (SANTOS, 1999, p. 16)
1) aspirante (aluno que inicia a prática); 
2) sádhaka (upgrade do grau anterior conforme requisitos, e em sânscrito, significa praticante); 
3) yôgin (praticante de Yôga, aquele que aceita e adota na sua vida a proposta da nossa Filosofia); 
4) chêla (compromisso de se tornar discípulo); 
5) graduado (nível intermédio, de identificação plena com a Nossa Cultura, sendo que o aluno que o possui mantém uma relação bem próxima com sua escola, e com a egrégora como um todo)
6) assistente (grau de instrutor com Monitor; dedicação ao estudo profundo do Método, suas principais bases, bem como à prática)
7) docente (professor); 
8) mestre 

Nota: Os anos de estágio em determinado grau podem demorar mais ou menos tempo (em anos) a serem alcançados pelo praticante

 📌Quem nos confessa o ensejo em ingressar nesta maravilhosa profissão de Instrutor?

📌 E tu, o que te incentivou a seres aluno de Formação?

📌 O que esperas para te inscreveres como aluno, e quem sabe subir mais um grau, integrando o grupo de Formação de Instrutores?


A todos os que farão exame, não desejo de senso comum "boa sorte", porque o empenho, o estudo contínuo, e o amor à prática são hard work!

Lá estarei a apoiar-vos incondicionalmente! Unidos, em Yôga!
SwáSthya 💗

Yours,

Cláudia


terça-feira, 13 de abril de 2021

TUESDAY TUNES

Dia do Beijo


O Beijo (no original Der Kuss, em inglês The Kiss) a obra mais famosa do pintor simbolista austríaco Gustav Klimt (1862-1918)

Hoje celebra-se o dia do beijo, comum em várias sociedades, seja como forma de cumprimentar ou saudar uma pessoa ou de demonstrar amor e carinho por alguém.

Aproveito o dia de Tuesday Tunes para comemorar 🎵 e escrever umas palavras sobre o dia. Pois, se antes foi uma data que deixaria passar, como mais uma daquelas tantas que vejo marcadas nos calendários comemorativos e às quais não dou importância, desta vez deixou-me pensativa.

Este momento atípico que vivemos impede-nos de beijar quem mais gostamos. 

Sinto muita saudade de mostrar afecto aos meus e as comunicações digitais sabem a pouco. Por outro lado, e de uma forma divertida, apercebo-me de que tão depressa não voltarei a saudar alguém que não me seja tão próximo com aquelas duas beijocas do costume...!

Para celebrar o dia de hoje deixo-vos algumas músicas que remetem para dois momentos icónicos de Beijos no cinema:


 Clicar nas imagens para ouvir 👇










🎵As Time Goes By - Frank Sinatra (Casablanca)











🎵My Girl - The Temptations


🎥 Conhecem estes filmes?😊


Podem ouvir esta e outras musicas no Spotify da Escola Yôga 5 de outubro, para seguir o perfil basta clicar:



Muito em breve teremos oportunidade de colocar alguns beijos em dia e de estarmos juntos. Até lá, continuaremos a mostrar o nosso afeto de outras formas, sendo criativos, através de palavras, mensagens, emojis, fotografias de momentos, flores ou música. 

Nada disto substitui o toque, mas toca-nos de maneiras diferentes e, não sendo um beijo ou um abraço, é uma forma de aproximação, de elevar a outra pessoa e de envolver com afeto.

Em suma, o importante é não deixar que o momento atual nos iniba de continuar a demonstrar o nosso amor e carinho.

Verdade? 


Tenham um dia feliz!
Comentem...💁


Até terça,
Beijos,

Carlota

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Música e Filosofia


 
A Música tem sido tema de debate filosófico desde os gregos antigos até aos dias de hoje. Era uma parte importante da cultura grega antiga, desde cerimónias religiosas, poesia e teatro, até usos militares e educação. A música, para os filósofos gregos, fazia parte da sua metafísica; uma parte de como pensavam que o universo estava estruturado. Eles deixaram um registo substancial das suas ideias sobre música, muitas das quais ainda fazem parte da nossa cultura de hoje. Estes filósofos escreveram numa série de estilos, desde livros sobre as práticas de fazer e compreender a música (o que hoje chamamos de teoria da música), a livros sobre a natureza do universo e os efeitos da música (o que hoje chamamos de metafísica, ou apenas filosofia). Pensava-se que a música poderia afetar o ethos de uma pessoa (comportamento ou ética) porque era governada pelas mesmas leis que o universo e assim poderia influenciar outros reinos, tanto físicos como invisíveis.
 
Esta crença de que a Música pode influenciar o comportamento é primeiro apresentada por Platão na sua República, um tratado no qual ele descreve a maneira de criar um estado ideal. Neste importante tratado, Platão declara que o poder que a música tem para influenciar o comportamento de uma pessoa é tão forte que os líderes da república só devem ser autorizados a ouvir certos tipos de música, os quais aumentarão a sua coragem e honestidade. A música que pode perturbar a ordem social deve ser banida da república e a cada estrato da sociedade são permitidos diferentes tipos de música, a fim de encorajar certos aspetos do seu caráter. Para Platão, a música tinha o poder de despertar certos estados emocionais em humanos. Tinha esse poder porque a música em si era uma imitação dos sons que fazemos nesses estados emocionais.
 
Aristóteles, depois dele, tinha um conceito semelhante do poder musical para influenciar os nossos estados emocionais. Mas, para Aristóteles, era assim porque a música representava essas emoções em si mesmas, não apenas as maneiras pelas quais expressamos essas emoções. Uma pessoa ouviria música e o seu estado emocional alinhar-se-ia por simpatia com o da música.

À medida que a nossa compreensão do mundo e do lugar da música nele evoluiu, os argumentos filosóficos relativos à música também se transformaram. Ao longo da Idade Média, perdeu-se o foco filosófico e a Música era considerada apenas um meio para um fim, na ajuda ao louvor e adoração de Deus. Quando a música reapareceu como um tópico filosófico, no final do Renascimento, havia muitos conceitos semelhantes às filosofias gregas primitivas, menos o envolvimento estrutural no universo. A partir desse momento, uma grande revolução nos nossos pensamentos sobre o propósito e o funcionamento da música ocorreu a cada duzentos anos ou mais.

Durante a era barroca, acreditava-se que as emoções eram sentidas como resultado do movimento de certos espíritos no corpo. A música que correspondia aos movimentos dos espíritos para uma emoção particular poderia fazer com que os espíritos do ouvinte se movessem da mesma forma, fazendo com que essa emoção fosse sentida. Certos gestos melódicos ou traços rítmicos tornaram-se formas padrão de comunicar cada emoção. Acreditava-se que a música era uma ferramenta útil e ouvir o equilíbrio certo das emoções na música era pensado para manter a alma em equilíbrio e encorajar a saúde mental e física.

A expressão do estado emocional interior do artista só passou a ser o objetivo da música a partir do século XIX, com o Romantismo.
 
Com a publicação de Arthur Schopenhauer (1788-1860), «O mundo como vontade e ideia», a importância da música entre as artes mudou radicalmente. Schopenhauer postulou que o universo era, em última análise, uma Vontade. Ele considerava a música a arte proeminente porque poderia representar mais de perto essa Vontade. Ao fazer isso, pode, obviamente, representar outras coisas, como emoções humanas. Isto difere das conceções platónicas e barrocas anteriores de emoção na música, em que esta imitava essas emoções, enquanto para Schopenhauer ela representa essas emoções. Além disso, embora a música possa expressar as emoções das quais é representativa, ela não faz necessariamente com que o ouvinte sinta essas emoções.
 
As teorias de Schopenhauer fornecem suporte filosófico para uma tendência que já se estava a tornar bastante estabelecida na época da publicação do seu livro.
 
No final do século XIX, o escritor e crítico musical Eduard Hanslick (1825-1904) argumentou que o propósito da música não é fazer-nos sentir uma certa emoção e também não é seu propósito representar emoções. Para Hanslick, a música é o propósito da música, a sua forma é o seu conteúdo e não emoções. Para ser claro, Hanslick não descartou a possibilidade de que a música pudesse despertar certas emoções em certas pessoas, mas sentiu que tal ocorrência não era o propósito da música e muitas vezes poderia ser explicada como resultado de outras coisas.
 
Filosofar sobre música não parou por aí, é claro. Na verdade, em meados do século XX, o interesse pelo tópico ressurgiu consideravelmente. O tema atualmente é amplo, dada a explosão de géneros musicais e a facilidade com que a música existe no nosso quotidiano. Os filósofos ainda estão a tentar explicar a natureza do conteúdo emocional da música e de que maneira ele pode afetar-nos. As respostas que eles constroem podem ter um impacto considerável em como entendemos o significado da música nas nossas vidas, na verdade, em como entendemos a música.


Pela minha parte, como compositor e produtor musical, situo-me mais perto das ideias de Hanslick. Quando componho, não tenho como objetivo consciente exprimir esta ou aquela emoção, este ou aquele estado de alma. Vejo a música mais como uma envolvência, um estabelecer de paisagens sonoras que te enlevam e transportam através delas.

Deixo-vos aqui uma faixa do meu disco Nostalgia, como exemplo. De certeza que, a inspirar emoções no ouvinte, cada um as vivenciará de acordo com a sua personalidade, mas também com o seu passado, componente muito importante para se analisar o presente.





Como vês tu toda esta questão? O que é para ti a música e como te relacionas com ela? Deixa o teu sentir nos comentários. Obrigado.


domingo, 11 de abril de 2021

YAM SUNDAY

Bate leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva (de Abril)? Será gente?
Gente não é, "confinadamente" 
E depois de um Folar de Páscoa, uma refeição leve sabe bem assim
🍄🍅🥒🧀.

Adaptado do poema Balada da Neve, de Augusto Gil

TABULE DE QUINOA


A minha sugestão de hoje é uma receita muito simples (inspirada no livro de receitas Cozinha Vegetariana para quem quer ser saudável, da Gabriela Oliveira), uma refeição ligeira que pode ser precedida de uma bela sopa. 

Com o tempo morno da Primavera à porta, normalmente as refeições cá em casa (para os adultos), especialmente à noite, são mais leves e bastante nutritivas.

🌟Rico em proteínas, ferro, magnésio, hidratos de carbono, cálcio e ómega 6





CURIOSIDADES...
Características da Quinoa: Grão minúsculo originário do Perú; rico em proteínas e minerais; contém todos os aminoácidos essenciais; isenta de glutén.


Simples, não é? 👌

🍽Esta receita, oferece-nos a liberdade de utilizar a nossa criatividade e acrescentar diversos ingredientes: azeitonas, pimento, milho, tofu ralado, frutos secos, tomate seco, ovo... 🧀🥒🍅🥚🍋🍆🌽🍄🥑🥦🧄🥕

Buon appetito!

Yours,
Cláudia 

sábado, 10 de abril de 2021

Share & Care Saturdays

Olá a todos! 

Preparados para mais um sábado de partilhas? Hoje as nossas sugestões são literárias. Temos apresentado alguns locais do nosso lindo país, mas quantos de nós não se fazem acompanhar por uma boa leitura sempre que vão de viagem visitar algum sítio novo ou relembrar locais conhecidos?

Para mim, os livros sempre permitiram fazer diversas viagens desde as de pequeno percurso às de longo curso. Como se costuma dizer: "temos dois ouvidos e apenas uma boca porque devemos escutar mais e falar menos". Através de uma boa leitura a nossa escuta interior fica ainda mais apurada, ouvimos verdadeiramente o que o autor nos está a dizer e nem ousamos interrompê-lo. Podemos concordar ou discordar, mas através da leitura somos muito mais reflexivos e menos impulsivos na partilha da nossa opinião. "Ouvimos" quem escreve e permitimo-nos ouvir-nos a nós próprios também. Para além desta escuta, as riquezas que a leitura nos traz são imensas, conhecemos o mundo sem sair do mesmo lugar (fisicamente), tornamo-nos mais reflexivos, críticos, conscientes, mas também sonhadores. Eu diria mesmo que a leitura é transformadora! 

Podemos preferir ler livros, revistas, jornais, blogues, imagens... ou gostar de igual forma de cada um destes recursos. Hoje, as duas propostas estão relacionadas com dois livros que considero muito especiais para qualquer idade: 

Histórias de Adormecer Para Raparigas Rebeldes de Elena Favilli e Francesca Cavallo  e   Histórias Para Rapazes que Sonham Mudar o Mundo de G.L.Marvel





Estes dois livros são muito especiais porque em cada página encontramos uma pessoa diferente que, de alguma forma, nos inspira pelo seu percurso. São livros ótimos para qualquer idade. No meu caso tenho-os na sala de aula e todos os dias abro numa página aleatória e apresento uma pessoa nova aos meus alunos. Todos os dias me pedem para conhecer mais do que uma pessoa e confesso que eu própria anseio por este momento de leitura diário. Já estão a ficar curiosos? 

Conhecem a Alfonsa Strada (mais conhecida por Alfonsina)? Alfonsina nasceu em Itália no ano de 1891 e a sua enorme vocação para o ciclismo, aleada a toda a sua dedicação e empenho, fizeram com que se tornasse uma ciclista profissional e a primeira mulher a competir em corridas de homens. Não é uma inspiração? Alfonsina é considerada uma das pioneiras da participação feminina no desporto.



E quem é o Kelvin Doe? Sabes? O Kelvin nasceu na Serra Leoa em 1996, é ainda um jovem mas já com tanto para nos ensinar. Oriundo de um país Africano onde a pobreza é extrema, Kelvin cria grandes invenções a partir de materiais que encontra no lixo. Algumas das suas grandes construções foram baterias para dar luz às casas e uma estação de rádio. Com apenas 15 anos foi convidado pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts a passar umas semanas nos Estados Unidos e graças ao que aprendeu e ao dinheiro que angariou, fundou uma empresa de tecnologia na Serra Leoa. É ainda conhecido por DJ Focus e uma das mensagens que tem passado ao mundo, tão simples, é "Do que mais necessitamos é de aprender a resolver os nossos problemas".



Espero que tenham gostado e desejo-vos ótimas leituras (a começar pelo nosso blogue).

Obrigada por estares desse lado! Partilha também nos comentários que leituras ou sonhos te movem!

Bom fim-de-semana,

Bárbara (@basi.yoga)

sexta-feira, 9 de abril de 2021

BRIGHT Fridays - Os 5 Yamas

 Sextas com a ética do yôgin - os 5 yamas


Na passada sexta-feira, tivemos uma aula muitíssimo enriquecedora, com a nossa querida instrutora Rita Frazão Gonçalves onde se abordou o código de ética do yôgin, neste caso os 5 yamas.

Os yamas são 5 proscrições éticas, que procuram indicar uma conduta comportamental relativa à relação do praticante com os outros e com o Universo. Os yamas são o primeiro passo do Yôga Clássico, criado e sistematizado por Patañjali no século III A.E.C., os quais o praticante deste Yôga deve incorporar antes de poder progredir na prática. No SwáSthya Yôga, os yamas (e os nyamas) são transversais à prática e à evolução do próprio yôgin e são interpretados à luz da linhagem a que correspondem. O Yôga Clássico, embora mantenha uma parte das características sámkhya, é totalmente oposto em termos de linha comportamental, sendo de linha patriarcal, antissensorial e repressora (brahmáchárya). Como sabemos, o SwáSthya Yôga foi sistematizado a partir do yôga pré-clássico, naturalista (sámkhya) e de linha tântrica (matriarcal, sensorial e não repressora) 

Os yamas são então: 

1 - Ahimsa, não agredir

2 - Satya, não mentir

3 - Astêya - não roubar

4 - Brahmáchárya - não dissipação da energia sexual

5 - Aparigraha - não possessividade


imagem de https://pranakriya.com/yoganand-shares-yamas-niyamas-ahimsa/


À primeira vista, os yamas parecem propostas perfeitamente óbvias, intuitivas, e até fáceis de aplicar. Mas quando nos auto-estudamos, nos debruçamos sobre o nosso interior, percebemos que o tempo de uma vida pode não ser suficiente para encontrarmos a harmonia relativamente a estas proscrições.

Quando falamos em ahimsa, encontramos não só a não agressão física a outras pessoas como a não agressão a todos os animais e à natureza. Implica escolhas de consumo e alimentação que não impliquem crueldade para com os animais. Atualmente, implica também uma preocupação com sustentabilidade e com direitos humanos. 

Além disso, encontramos a comunicação, a forma como nos expressamos, a força das palavras. As palavras podem ser, e muitas vezes são, violentas. Precisamos ver o outro, entendê-lo e senti-lo quando pretendemos chegar até ele. O mesmo se passa connosco mesmos. Quantas vezes não somos agressivos connosco próprios? O Yôga permite-nos compreender melhor estas questões e no caminho do autoconhecimento encontrar harmonia dentro de nós, com os outros e com o planeta que nos acolhe.

Quando falamos em satya, encontramos novamente o nosso diálogo interno que é o primeiro passo para a verbalização externa de não-verdades. Por vezes inocente e, consequentemente, de forma ainda mais gravosa, nos convencemos de coisas que não correspondem à realidade (sobre nós ou sobre os outros). Satya implica também perceber a verdade nos outros, e como cada pessoa tem a sua verdade, o sentido crítico é de extrema importância. Corroborar uma mentira alheia é o mesmo que criá-la. Fazer promessas que não correspondem à realidade também é uma forma de mentir.

Astêya parece fácil. Ninguém rouba. Até uma criança sabe que não pode tirar o brinquedo do amigo, não é verdade? Contudo este roubar vai muito além da dimensão material. Falamos também em roubo de ideias sem dar crédito, do roubo de méritos, por exemplo. Mas até perceber aquilo que não nos pertence, desejos que nos convencemos que são nossos e contudo não são, escolhas que não são nossas, quando pretendemos ser alguém que não encontramos dentro de nós, roubamo-nos a nós próprios da nossa identidade.

Brahmáchárya é a não dissipação de energia sexual, na linha patriarcal, sugerindo uma total abstinência sexual. Na nossa linha de yôga, tântrica, não se aplica esse preceito, embora também se executem técnicas para não dissipação da energia sexual, contudo nada tem a ver com a restrição da prática sexual em si. 
No caso da nossa cultura judaico-cristã (patriarcal) encontramos muito o tabu da sexualidade. O sexo é visto como algo reprovável, errado, e quem tem desejos sexuais sente repressão e culpa. Quem assume a sua sexualidade é visto de forma depreciativa, especialmente se for mulher. 

Tudo isto é o oposto da proposta do SwáSthya Yôga, felizmente, onde se procura precisamente abraçar a nossa natureza humana em todas as suas dimensões, incluindo a dimensão sexual, incluindo o feminino e toda a energia associada ao feminino. 

Por fim temos aparigraha, a não possessividade, o desapego. Mais uma vez falamos do desapego relativo a bens materiais, à necessidade desenfreada de consumir, de sentir que precisamos de mais coisas do que as que realmente precisamos. Falamos também do apego relativo a relações afetivas. Sentimentos como a inveja ou o ciúme são extremamente nocivos para a felicidade das pessoas e podem destruir aquilo que, doutro modo, seriam boas e saudáveis relações. 

Quando abraçamos a nossa existência, o nosso corpo, quem somos, com todas as coisas que gostamos e aquelas em que ainda precisamos de trabalhar e refletir, a sensação de liberdade é imensa. Percebemos que somos tudo o que precisamos para ser felizes. Claro que isso não significa que dispensemos relacionar-nos com os outros ou que dispensemos todos os bens materiais, simplesmente significa que não estamos presos a esses ideais. Pelo contrário, libertamo-nos para nos podermos apreciar uns aos outros verdadeiramente, para valorizarmos os momentos e as oportunidades, para conhecermos realmente os outros e a nós mesmos.


Espero não me ter alongado demasiado neste post. Entusiasmei-me com o tema. :) O que sentem sobre estas proscrições? Partilhem nos comentários as vossas reflexões. 


Hoje iremos ter a fantástica aluna graduada Cláudia Florêncio a falar-nos de nyamas. Mais um tema muitíssimo interessante, a segunda parte do código de ética do yôgin. Não faltem, hoje às 18h30.

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Thursday Challenge - A nossa Verdade


Olá a todos!

Estamos quase no fim de mais uma semana, estão preparados para mais um desafio SwáSthya?

Esta Thursday Challenge vai ser diferente!

Inspirado no tema da passada Bright Friday, dada pela instrutora Rita Frazão Gonçalves, os YAMAS*, para esta semana o desafio vai muito além de um ásana, de uma posição conquistada.

A proposta desta semana é olharmos para nós e refletirmos na nossa conduta, não só para com os outros, mas para connosco.

A segunda norma ética, o segundo Yama, Satya, a verdade, de uma forma genérica diz-nos que não devemos mentir, mas sim dizer sempre a verdade, sermos verdadeiros, principalmente connosco próprios, já que, só depois de sermos verdadeiros connosco, seremos realmente verdadeiros com os outros.

Ao cumprirmos a norma Satya devemos ter também em consideração o preceito moderador. Neste sentido, devemos ser sensíveis e generosos com os demais e não agir com “falta de tato”. Dizer sempre a verdade, mas ter em atenção que esta tem muitas formas de ser expressada.

Muitas vezes quando falamos em mentir ou dizer a verdade, a nossa atenção é direcionada para aquilo que dizemos aos outros, no entanto o nosso foco aqui é o nosso diálogo interno, a nossa verdade.

Neste sentido, o desafio esta semana é comprometermo-nos a ser verdadeiros connosco, concretizando efetivamente algo que queremos realizar, pois uma ideia só passa à ação quando a concretizamos, ou seja, quando somos verdadeiros connosco, acreditamos e fazemos.

Ultrapassar o “amanhã faço” e fazer na hora, sem adiar, pois, ao adiarmos uma vez, vamos adiar outra, e outra, e outra… e não vai acontecer porque a ideia já perdeu a força.

A verdade começa em nós, nas nossas ideias, na crença de que somos capazes de as realizar e na sua concretização.

Pode ser a mais pequena coisa, como definir uma hora e acordar mais cedo para praticar, ou para ter tempo de tomar o pequeno-almoço sem pressas.

O importante não é a dimensão da ideia que tivemos e do que queremos alcançar, mas sim a ação, a sua realização ou a realização de algo que nos aproxime desse objetivo.


 







Vamos a isso?





Conta-nos como foi superar este desafio!

* YAMAS- proscrições, normas éticas que nos indicam como nos devemos relacionar com o universo e mais precisamente aquilo que não devemos fazer.


P.S- Se querem saber mais sobre YAMAS, vejam amanhã a publicação da Bright Friday postada pela blogger Marta Cutileiro, ela conta tudo o que falámos na última Sexta Brilhante!


Thursday Challenge by Ana Moutinho